Sergio Massa, Ministro da Economia da Argentina, surpreende ao liderar as eleições presidenciais, apesar da alarmante inflação do país. A nação aguarda o desfecho no segundo turno.
Em meio a uma surpreendente reviravolta política, Sergio Massa, o atual Ministro da Economia da Argentina, destacou-se nas eleições presidenciais do último domingo (22/10), superando o economista libertário Javier Milei.
O resultado surpreendeu muitos, dado que Massa está à frente da economia de um país enfrentando uma inflação anual alarmante de 138%.
A Ascensão Inesperada de Massa
Massa, um advogado de 51 anos, não só liderou o primeiro turno com mais de 36% dos votos, mas também contou com o respaldo do Kirchnerismo, movimento que ele havia anteriormente desafiado. Analistas creditam sua vitória à capacidade de unir os votos do peronismo, movimento político dominante na Argentina.
Marcos Novaro, diretor do Centro de Pesquisas Políticas (Cipol), ressaltou a solidez do voto peronista e como ele se manteve firme, apesar de estar abaixo de seu patamar histórico.
A Divisão da Oposição
Enquanto Massa consolidava seu apoio, Javier Milei, que havia surpreendido muitos ao liderar nas primárias, acabou dividindo o voto da oposição. Essa divisão beneficiou Massa, prejudicando Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio, que ficou em terceiro lugar com menos de 24% dos votos.
Estratégia de Campanha
Durante sua campanha, Massa focou em destacar as implicações da proposta de Milei de minimizar o papel do Estado na sociedade argentina. Em um país onde muitos dependem dos serviços estatais, como saúde, educação e subsídios, essa mensagem ressoou com muitos eleitores.
Agora, seu principal desafio para o segundo turno é conquistar eleitores que ideologicamente se inclinam mais para Milei.
Trajetória Política de Massa
Sergio Massa iniciou sua jornada política na década de 1990, ascendendo rapidamente por suas habilidades políticas e capacidade de navegar nas complexidades do cenário político argentino. Ele ocupou vários cargos de destaque, incluindo diretor da Administração Nacional da Segurança Social (Anses) e prefeito de Tigre.
Sua relação com o Kirchnerismo, no entanto, foi marcada por altos e baixos, desentendimentos e alianças.
Olhando para o Futuro
Com o segundo turno marcado para 19 de novembro, Massa e Milei agora se preparam para uma acirrada batalha eleitoral. A vitória de Massa vai depender de sua capacidade de destacar os riscos associados a um governo Milei e atrair eleitores moderados.
A Argentina, com sua rica história política e desafios econômicos, aguarda ansiosamente o desfecho desta eleição.